PEQUIM
Baseado no relato de Maria Christina Trezzi em seu livro “Viagem no Trem Transiberiano”, este é o último post da série sobre a Rota Transiberiana, que quis mostrar ao leitor um pouco mais sobre o Trem e as cidades por onde ele passa. O post de hoje é sobre Pequim, a parada final da Rota e capital da República Popular da China.
Pequim é o centro político, econômico e cultural chinês. A cidade é um dos mais populares destinos turísticos do mundo, com mais de 140 milhões de turistas nacionais a visitando anualmente, além dos 4 milhões de estrangeiros. Também é o lar dos mais belos remanescentes do passado imperial da China, contrastando com os enormes arranha-céus da parte cosmopolita da capital.
No dia seguinte a chegada em Pequim, após o café da manhã, é feito um tour pela cidade. Os visitantes conhecerão o Templo do Céu, que se destaca por sua arquitetura de madeira, feita com encaixes, sem o uso de pregos.
Após o Templo, os turistas ainda podem caminhar pela Praça da Paz Celestial, a terceira maior praça pública do mundo, localizada no centro da cidade. O local é repleto de atrativos, como a Torre Tiananmen, o Museu Nacional da China e o Mausoléu de Mao Tsé-Tung, líder comunista e revolucionário chinês.
À tarde, o tour segue em direção a Cidade Proibida, casa dos 24 imperadores da Dinastia Ming e Qing. O conjunto de palácios, templos, jardins, pátios e muralhas tem esse nome devido ao fato de ter sido fechado ao público por mais de quinhentos anos. A Cidade possui mais de novecentas salas, com coleções de peças em porcelana, pedras preciosas, joias, dentre outros.
O penúltimo dia da viagem, e talvez o mais esperado por todos, é dedicado a uma excursão pela Grande Muralha da China, uma das Maravilhas do Mundo Atual e Patrimônio Mundial da UNESCO. Ela foi construída por diferentes dinastias como proteção às suas fronteiras territoriais. Com mais de 7000 quilômetros de extensão, a Muralha pode até ser vista do espaço. No último jantar do passeio, os turistas podem desfrutar do mundialmente famoso Pato à Pequim, prato preparado desde a era imperial.
Para fechar com chave de ouro, apresentamos a conclusão feita por Maria Christina ao final de seu livro:
“Fizera a viagem no lendário trem transiberiano. Realizara meu sonho de conhecer terras longínquas e desconhecidas.
A viagem me revelara aspectos inesperados e surpreendentes, como o de encontrar cidades tão grandes e modernas no interior da Rússia, em plena Sibéria. Conhecera a Mongólia, que esperava inóspita e desolada e ao invés, nos presenteou com o seu incrível cenário semelhante ao da Suíça. Relembrara as aulas de geografia quando ouvia falar do Deserto de Gobi ou do imenso Lago Baikal. E das solitárias estepes russas dos livros de Dostoievsky.
As paisagens naturais, as florestas gigantes, os rios descomunais, as aldeias com casas de madeira, fotos da Família Romanov, estátuas de Lenin, a Praça Vermelha, as dachas, os passeios de barco, Ekaterimburgo, Praça da Paz Celestial, templos budistas, cavaleiros mongóis, a nostalgia da música russa, tudo gira como num caleidoscópio imenso ou… como num trem que passa e vai descortinando panoramas.
A longa distância percorrida, quase oito mil quilômetros, não pesa, se penso no prazer que essa viagem me proporcionou. Também o convívio humano foi agradável. Dei-me bem com minha companheira de cabine e amiga, Glorinha, e fiquei feliz de ter encontrado com Maria Isabel e Noice, velhas amigas, para vivermos juntas essa aventura. Ainda foi válido o estar junto com os outros companheiros, dividindo com eles os passeios, o vagão restaurante, a proximidade das cabines.
Pensava no que essa viagem significou para cada um. O que buscaram? O realizar um sonho, a felicidade de descobrir outro mundo? O desejo de aventura? O desafio de enfrentar uma viagem que exigia fôlego? De qualquer modo enriqueci-me também com as experiências dos amigos feitos, pois cada um vinha de uma vida própria, com situações diferentes das nossas e ali, naqueles dias, trocamos ideias, pensamentos, aprendemos com o que o outro já havia vivido.
O relativo desconforto da cabine e o rumor incessante do trem mostrou que para quem ama viagens, esses detalhes são facilmente superados. As compensações são muito maiores que os incômodos.
A viagem apresentara desafios e eu os vencera. Subi pela segunda vez a Muralha da China e pus os pés na Praça Vermelha e na Praça da Paz Celestial. Adorei ver os cavaleiros mongóis cavalgando em suas estepes, livres como os falcões que voam sobre suas cordilheiras. Emocionei-me com as músicas russas, com sua vibração alternada com a melancolia, um retrato fiel de como é a própria vida.
De lembrança trouxe bonequinhas matrioscas e casinhas para minha coleção. Sei, porém que elas só têm valor se comparadas às experiências que vivi porque as lembranças verdadeiras são as que estão dentro do meu coração.
Se pudesse iria de novo a essa viagem maravilhosa. Bastava que me convidassem e pegaria outra vez o expresso transiberiano. E creio que o responsável por tudo isso foi meu pai, que me ensinou… a amar os trens!”
E assim, chega ao fim a nossa fascinante viagem pela Rota Transiberiana. Esperamos que vocês tenham gostado de passear conosco por esses três países, e conhecer mais sobre suas histórias e cidades! Não percam nossos próximos posts e séries, sobre muitos outros destinos surpreendentes 🙂
Entre no site da Slavian e confira o roteiro completo desta inesquecível viagem: Rota Transiberiana by Slavian Tours.
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